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Prefeito Ricardo Nunes rescinde contrato com gestora do Theatro Municipal após crítica a Charlie Kirk
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O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), anunciou neste sábado (20) o início do processo de rescisão do contrato com a Sustenidos, organização social responsável pela gestão do Complexo Theatro Municipal desde 2021. A decisão foi motivada principalmente por uma postagem de um funcionário nas redes sociais que criticou o ativista conservador americano Charlie Kirk, assassinado no início deste mês, além de problemas anteriores apontados pelo Tribunal de Contas do Município (TCM).

“Já havia uma série de problemas com o Tribunal de Contas, mas a postagem de um colaborador incentivando a violência foi a gota d’água”, declarou Nunes (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O rompimento ganhou força depois de o funcionário Pedro Guida publicar, após o assassinato de Charlie Kirk em 10 de setembro, durante um evento na Universidade Utah Valley (EUA), um texto nas redes sociais dizendo que não “se deve chorar por trumpista” e comparando o ativista a nazistas. “Já havia uma série de problemas com o Tribunal de Contas, mas a postagem de um colaborador incentivando a violência foi a gota d’água”, declarou Nunes. “Solicitamos que a organização demitisse a pessoa, mas ela não o fez. Portanto, pactuou com esse comportamento. E quem pactua com violência não serve para prestar serviço à Prefeitura.”

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As razões para a rescisão incluem notificações recorrentes do TCM desde 2023 sobre irregularidades no contrato, um pedido de 28 vereadores para encerrá-lo e a recusa da Sustenidos em demitir o funcionário responsável pela postagem. O TCM havia determinado em 2023 a abertura de um novo edital, mas a medida foi adiada pela Prefeitura. Na sexta-feira (19), o órgão cobrou explicações em até 48 horas sobre um novo chamamento público. Nunes informou que um contrato emergencial será necessário para manter as atividades do complexo durante a transição, até a conclusão da licitação. “Vamos trazer uma entidade séria, que respeite a vida e as pessoas. A Prefeitura não admite em hipótese alguma que uma organização social contratada incentive a violência”, reforçou.

Em nota conjunta, a Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativa e a Fundação Theatro Municipal confirmaram que a rescisão segue a legislação, com um novo chamamento público em andamento e um Plano de Desmobilização para assegurar a continuidade das atividades artísticas. O contrato, firmado em 2021 por R$ 565,3 milhões por cinco anos, foi contestado desde a licitação devido a falhas como pontuação irregular, falta de comprovação de experiência mínima e problemas orçamentários, além de descumprimento de metas apontado em relatórios internos da Fundação.

Com informações do portal g1.

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