O Partido da Causa Operária (PCO) afirmou que os protestos realizados em todo o Brasil nesse domingo (21) foram orquestrados pela Rede Globo, ONGs ligadas ao “imperialismo” e setores da esquerda “pequeno-burguesa”. Em artigo publicado no Diário Causa Operária, a legenda criticou as manifestações contra o Projeto de Lei (PL) da anistia e a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Blindagem, aprovada pela Câmara e em análise no Senado. O texto aponta: “Rede Globo à frente, ONGs do imperialismo atuando como correia de transmissão, e o velho agrupamento golpista do Psol, com [Guilherme] Boulos como vitrine, convocando atos para intimidar o Congresso”.
Os atos, realizados nos 26 Estados e no Distrito Federal, além de cidades como Londres, Paris, Berlim e Lisboa, adotaram o mote central de combater o PL, que pode perdoar ou reduzir penas de condenados por tentativa de golpe, e a PEC das Prerrogativas – como o PCO chama a PEC da Blindagem –, que restabelece a exigência de aval do Congresso para investigar ou julgar parlamentares. Para o partido, a medida é uma garantia constitucional contra perseguições políticas. “O que se tenta vender ao povo é uma troca indecente: abrir mão de uma garantia democrática essencial em nome da prisão de ‘meia dúzia de corruptos’. Há algo mais lavajatista que esse tipo de política?”, questiona o artigo.
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O PCO também criticou o discurso que associa a PEC à anistia dos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023, rejeitando termos como “paraíso para o PCC [Primeiro Comando da Capital] e Comando Vermelho”, que, segundo a legenda, confundem a opinião pública. O partido apontou o Psol, com Guilherme Boulos como figura central, e o PT, que teria recuado diante da pressão da imprensa, como responsáveis pela convocação. “Intelectuais de aluguel e influencers ‘vermelhos’ decretam que ‘progressistas votaram com [o ex-presidente Jair] Bolsonaro [PL]’, omitindo que todos os partidos participaram da votação. Sobram, portanto, duas escolhas: ou você se submete à tutela do STF [Supremo Tribunal Federal], ou ‘apoia bandidos’. Uma farsa para moralizar a ditadura togada”, declarou o PCO.
Na visão da sigla, a disputa é sobre preservar a separação de poderes, não privilégios. “O Supremo não tem qualquer limite e atua como verdadeira ditadura togada, intimidando o Congresso”, afirma o texto. O presidente do partido, Rui Costa Pimenta, classificou os protestos como uma “revolução colorida” em postagem no X: “Esquerdistas desnorteados e esquerdistas da burguesia, artistas globais, ONGs etc. tudo a serviço do imperialismo combatendo a corrupção”. Paralelamente, políticos e ativistas de direita usaram as redes sociais para criticar as manifestações e os artistas envolvidos nos atos.
Com informações do portal Poder 360.