Política - -
Dos três deputados da PB que buscam apoio para eleição majoritária em 2026, só Galdino vota a favor de Lula
Termômetro da Política
Compartilhe:

Três deputados federais paraibanos buscam apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para candidaturas de familiares ao Governo da Paraíba nas eleições de 2026: Murilo Galdino (Republicanos), Mersinho Lucena (PP) e Aguinaldo Ribeiro. Destes, somente Galdino votou nesta quarta-feira (8) a favor do governo no requerimento da oposição que retirou de pauta a Medida Provisória 1303/25, que unifica em 18% a tributação sobre todas as aplicações financeiras a partir de 1º de janeiro de 2026 e aumenta a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) de algumas instituições financeiras. Foram 251 votos a favor da retirada e 193 contra.

Deputados Murilo Galdino, Mersinho Lucena e Aguinaldo Ribeiro
Deputados Murilo Galdino, Mersinho Lucena e Aguinaldo Ribeiro (Fotos: Divulgação/Câmara dos Deputados)

Galdino, Lucena e Ribeiro querem a cabeça da chapa majoritária nas eleições do próximo ano com a bênção de Lula, pois sabem o peso do presidente e do PT na Paraíba. A última pesquisa do Instituto Anova aponta Lula com 70% das intenções de votos no estado.

Murilo Galdino defende o nome do irmão, o presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba, deputado estadual Adriano Galdino (Republicanos); Mersinho Lucena quer o pai, o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (sem partido); Aguinaldo Ribeiro busca apoio de Lula para candidatura do sobrinho, o vice-governador da Paraíba, Lucas Ribeiro (PP).

Outro que surpreendeu pela ausência foi o deputado federal Damião Feliciano (União). Apesar de não disputar apoio para chapa majoritária, busca mudar de partido justamente para a Federação Brasil da Esperança, composta por PCdoB, PV e PT.

Votaram contra o governo os deputados Cabo Gilberto Silva (PL) e Wellington Roberto (PL). Luiz Couto (PT), Gervásio Maia (PSB), Romero Rodrigues (Podemos) e Wilson Santiago (Republicanos) votaram a favor do governo do presidente Lula. Ruy Carneiro (Podemos) está afastado por motivo de uma cirurgia na coluna e Hugo Motta (Republicanos) não vota em Plenário, exceto em caso de escrutínio secreto ou desempate, porque é o presidente da Câmara dos Deputados

Sem tempo

A MP perde a vigência à meia-noite de hoje, sem tempo para nova análise na Câmara ou votação no Senado. Apresentada em junho como alternativa a um decreto presidencial que elevava o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) – revogado após forte reação política –, a MP era considerada essencial pelo governo para o equilíbrio fiscal. O texto original previa uma arrecadação adicional de R$ 10,5 bilhões em 2025 e R$ 21 bilhões em 2026, valor reduzido para cerca de R$ 17 bilhões após negociações na comissão mista.

Sem a aprovação, o governo enfrentará desafios orçamentários. Para 2025, será necessário um novo bloqueio de despesas, incluindo emendas parlamentares. Já para 2026, o Executivo precisará encontrar cerca de R$ 35 bilhões no Orçamento, seja por meio de cortes ou novas receitas, como aumento de alíquotas do IPI ou do próprio IOF, que podem ser ajustadas por decreto.

Concessões na comissão mista

Para viabilizar a votação na comissão mista na terça-feira (7), o relator da MP, deputado Carlos Zarattini (PT-SP), fez concessões significativas. Ele abriu mão da tributação de títulos do agronegócio e imobiliários, que inicialmente seriam taxados em 5%, mas permanecerão isentos. Também foi descartado o aumento do tributo sobre empresas de jogos por quota (bets), que passaria de 12% para 18%. Além disso, Zarattini ajustou a tributação de aplicações financeiras de 17,5% para 18% e reduziu o imposto sobre juros sobre capital próprio (JCP) de 20% para 18%, mantendo a alíquota atual de 15% para o JCP, pago pelas empresas aos sócios como remuneração do capital investido.

Tributações inalteradas

Com a perda de vigência da MP, as seguintes tributações permanecem inalteradas:

  • Ações e fundos de ações: 15%;
  • Operações de mesmo dia (day trade) na bolsa de valores: 20%;
  • Fundos de renda fixa e outros produtos de investimento sem isenção atual: de 22,5% a 15%, conforme o prazo de permanência do recurso investido;
  • Instituições de pagamento, administradoras do mercado de balcão organizado, bolsas de valores, de mercadorias e de futuros, entidades de liquidação e compensação: CSLL de 9%;
  • Empresas de capitalização e sociedades de crédito, financiamento e investimento: CSLL de 15%.

A rejeição da MP representa um revés para o governo, que agora precisará buscar alternativas para garantir a sustentabilidade fiscal nos próximos anos.

Com informações da Câmara dos Deputados.

Compartilhe: