O ministro dos Esportes, André Fufuca (PP-MA), foi afastado do Progressistas (PP) nesta quarta-feira (8), após anunciar que continuará no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), contrariando a orientação da Executiva Nacional do partido. A decisão, comunicada pelo presidente nacional do PP, Ciro Nogueira, também retira Fufuca da vice-presidência nacional da legenda e do comando do diretório do partido no Maranhão, onde será realizada uma intervenção.
Em nota oficial, o PP afirmou: “Diante da decisão de desobedecer à orientação da Executiva Nacional do partido e permanecer no Ministério do Esporte, o ministro André Fufuca fica, a partir de agora, afastado de todas as decisões partidárias, bem como da vice-presidência nacional do partido”. O comunicado reforça a posição do partido: “O partido reitera o posicionamento de que não faz e não fará parte do atual governo, com o qual não nutre qualquer identificação ideológica ou programática”.
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Fufuca, que assumiu o Ministério do Esporte em setembro de 2023, substituindo Ana Moser, confirmou sua permanência no governo durante um evento ao lado de Lula no Maranhão, na segunda-feira (6). Mesmo diante do ultimato do PP, ele declarou: “Eu estou com Lula”.
Na mesma quarta-feira, o União Brasil, que integra uma federação partidária com o PP, anunciou que sua cúpula se reunirá para analisar um processo de expulsão do ministro do Turismo, Celso Sabino, por suposta infidelidade partidária. O procedimento, aberto em 30 de setembro, acusa Sabino de desrespeitar a determinação do partido para deixar o governo Lula. O ministro, que está à frente do Ministério do Turismo desde julho de 2023, quando substituiu Daniela Carneiro, anunciou que permanecerá no cargo até 2026, desafiando o ultimato da legenda.
Sabino chegou a pedir demissão em 26 de setembro, mas informou que ficaria no governo até a semana seguinte para acompanhar Lula em agendas relacionadas à 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), no Pará. O evento, que discutirá ações contra a crise climática, está marcado para novembro. Contudo, Sabino prolongou sua permanência sem definição até o anúncio desta quarta-feira.
A decisão do PP e do União Brasil de exigirem a saída de seus filiados do governo Lula foi aprovada no início de setembro, como parte da estratégia das legendas para as eleições de 2026. Um comunicado anterior da federação alertava: “Em caso de descumprimento desta determinação, se dirigentes desta Federação em seus estados, haverá o afastamento em ato contínuo. Se a permanência persistir, serão adotadas as punições disciplinares previstas no Estatuto”.
A pressão pelo desembarque intensificou-se após reportagens que apontaram uma suposta conexão entre o presidente nacional do União Brasil, Antonio de Rueda, e o Primeiro Comando da Capital (PCC), alegação negada por Rueda. A “gota d’água” para a decisão ocorreu em agosto, quando Lula fez críticas a Rueda durante uma reunião ministerial, aumentando as tensões entre os partidos e o governo.
Sabino expressou o desejo de permanecer no cargo até a COP30, em novembro, evento que reunirá centenas de países para discutir ações contra a crise climática. A cúpula do União Brasil, que acontece no Pará, decidirá os próximos passos em relação ao processo disciplinar contra o ministro.
Com informações do portal g1.