Durante uma coletiva com jornalistas em Roma, após reunião na sede da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) falou sobre a situação da deputada Carla Zambelli (PL-SP), presa na Itália desde 29 de julho, enquanto aguarda um processo de extradição solicitado pelo Brasil. Questionado sobre o caso, Lula afirmou: “nem lembrava desse nome” e acrescentou que, “se você não pergunta, eu nem saberia que ela tava aqui”.
Zambelli foi condenada a dez anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) com auxílio de um hacker, o que a levou a fugir do Brasil. Na semana passada, a deputada anunciou, em carta ao ministro da Justiça da Itália, Carlo Nordio, que iniciaria uma greve de fome. No texto, divulgado nas redes sociais, ela acusa Nordio de “abraçar” uma “decisão injusta e sem provas” do ministro Alexandre de Moraes, do STF, e afirma que o italiano “está de mãos dadas com o próprio demônio”. Zambelli também alega que sua prisão é parte de um “plano de vingança” motivado por sua atuação como uma das autoras do pedido de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). “Verás por que me odeiam tanto e estão lhe usando para fechar um plano de vingança”, escreveu.
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Sobre a conduta da deputada, Lula foi enfático: “Para mim, é uma pessoa que não merece respeito de quem ama a democracia. Ela vai pagar pelo que fez aqui ou no Brasil, é uma questão de Justiça”.
Na mesma coletiva, Lula abordou a indicação do próximo ministro do STF, que ocupará a vaga deixada pela saída antecipada do ministro Luis Roberto Barroso. O presidente afirmou que ainda não definiu um nome, mas delineou o perfil desejado: “Eu quero uma pessoa gabaritada para ser ministro da Suprema Corte. Não quero um amigo, quero alguém que compreenda o papel de guardião da Constituição brasileira”. Ele destacou a importância de escolher alguém qualificado, independente e comprometido com a Constituição.
A prisão de Zambelli e a busca por um novo ministro do STF seguem gerando debates, enquanto o presidente cumpre agenda internacional na Itália, reforçando a posição do Brasil em temas como democracia e justiça.
Com informações do portal Uol.