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Glauber Fica: Câmara suspende deputado por seis meses em vez de cassar mandato
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Por 318 votos a 141 e três abstenções, a Câmara dos Deputados decidiu nesta quarta-feira (10) suspender o mandato do deputado Glauber Braga (Psol-RJ) por seis meses, pena alternativa à cassação proposta pelo Conselho de Ética. A emenda do PT que trocou a perda do mandato pela suspensão foi aprovada e promulgada na mesma noite como Resolução 32/25.

Glauber Braga e aliados comemoram a manutenção do mandato
Glauber Braga e aliados comemoram a manutenção do mandato (Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)

O processo teve origem na representação do partido Novo após Braga expulsar, com empurrões e chutes, o então militante do MBL Gabriel Costenaro do plenário em abril do ano passado. O incidente foi gravado.

Em discurso emocionado antes da votação, Glauber manteve a defesa. “Ação destemperada de quem aguentou por sete vezes consecutivas um provocador vindo atrás de mim nos espaços públicos e dizendo tudo o que disse de minha mãe”, afirmou, referindo-se às ofensas contra sua mãe, que sofria de Alzheimer avançado e estava à beira da morte.

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O deputado também criticou o que chamou de “falsa simetria” com outros processos de cassação em andamento. “Do ponto de vista prático, Carla Zambelli já está cassada, porque já tem decisão do Supremo Tribunal Federal que retira seus direitos políticos, deputada presa na Itália pelos crimes cometidos”, declarou.

A esposa de Glauber, deputada Sâmia Bomfim (Psol-SP), questionou quem agiria diferente na mesma situação. “Imagine se um adversário político seu contrata alguém para ir atrás de você no momento que você está mais fragilizado. Não acham que aprovar a cassação do Glauber vai estimular novos provocadores profissionais a fazer isso?”, indagou.

O relator no Conselho de Ética, Paulo Magalhães (PSD-BA), defendeu a decisão colegiada sem retomar os fatos da agressão. Já o líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), disse que Braga deveria ser cassado pelo “conjunto da obra” e não apenas pela agressão”. Kim Kataguiri (União-SP), integrante do MBL, afirmou que livrar Glauber da cassação poderia normalizar agressões físicas, mas acabou votando pela suspensão.

A líder do Psol, Talíria Petrone (RJ), agradeceu aos deputados de centro e direita que apoiaram a pena mais branda e criticou a votação semipresencial. “Os deputados nas suas casas vão votar a perda de um mandato que recebeu mais de 75 mil votos do povo do Rio de Janeiro. O precedente que se abre é gravíssimo”, disse.

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), manteve a votação remota e afirmou que a modalidade “garante maior participação parlamentar e traz mais legitimidade ao debate institucional”.

Fonte: Agência Câmara de Notícias

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