Geral -
Anvisa aprova uso emergencial da CoronaVac no Brasil
Termômetro da Política
Compartilhe:
Gerência-Geral de Medicamentos da Anvisa foi a primeira das três áreas técnicas a recomendar o uso emergencial da CoronaVac no Brasil (Foto: Reprodução/YouTube)

Em reunião transmitida ao vivo pelo YouTube neste domingo, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária aprovou o uso emergencial da CoronaVac, vacina contra a covid-19 que será produzida no Brasil pelo Instituto Butantan. Na mesma reunião, a vacina de Oxford também foi aprovada.

Na fase de apresentação dos pareceres das áreas técnicas foram feitas ressalvas sobre a gravidade da crise causada pela pandemia de covid-19. Foram considerados o cenário da pandemia, o aumento no número de casos e, a despeito das recomendações do presidente Jair Bolsonaro e do Ministério da Saúde, a Anvisa também ressaltou a ausência de alternativas terapêuticas. A recomendação para aprovação das duas vacinas foi condicionada ao monitoramento das “incertezas” e reavaliação periódica.

Veja também
Vacina do Butantan tem eficácia superior à exigida pela OMS
Vacina do Butantan atinge 100% de eficácia contra casos graves da covid-19

O Ministério da Saúde afirmou que caso haja aprovação da Anvisa o início da vacinação pode ocorrer até cinco dias depois. A perspectiva apresentada pelos representantes do órgão é de que o processo possa começar no dia 20 ou 21 de janeiro.

Sobre a CoronaVac

Instituto Butantan e o Governo de São Paulo informam que a vacina contra o novo coronavírus obteve 50,38% de eficácia global no estudo clínico desenvolvido no Brasil, além de proteção de 78% em casos leves e 100% contra casos moderados e graves da covid-19. Todos os índices são superiores ao patamar de 50% exigido pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

A pesquisa envolveu 16 centros de pesquisa científica em sete estados e o Distrito Federal. O teste duplo cego, com aplicação da vacina em 50% dos voluntários e de placebo nos demais, envolveu 12,5 mil profissionais de saúde.

O estudo verificou que a menor taxa foi registrada em casos de infecções muito leves, considerados score 2 e verificados em pacientes que receberam placebo. De uma amostragem de 9,2 mil participantes, 85 dos casos muito leves foram de pessoas que receberam vacina, e 167 em voluntários que tomaram placebo.

Já o resultado de eficácia dos casos leves, classificado como score 3, em pacientes que precisaram receber alguma assistência, foi de 77,96%, sendo que sete pessoas haviam recebido a vacina, e outras 31, placebo.

Para os casos moderados e graves que necessitaram de hospitalização, a eficácia foi de 100%. Nenhum paciente infectado que recebeu a vacina do Butantan precisou de internação. Entre os que tomaram placebo, houve sete pacientes que precisaram de internação.

Todo os voluntários são profissionais de saúde, com risco muito alto e contínuo de exposição ao coronavírus. Eles receberam duas doses da vacina, com intervalos de duas semanas entre cada aplicação. A pesquisa também demonstrou que o imunizante é extremamente seguro – nenhuma reação adversa grave foi registrada entre os participantes.

A vacina é desenvolvida pelo Butantan há pouco mais de seis meses, em parceria internacional com a biofarmacêutica Sinovac Biotech, sediada em Pequim, na China. O produto é baseado na inativação do vírus Sars-CoV-2 para induzir o sistema imunológico humano a reagir contra o agente causador da covid-19. A tecnologia é similar à de outras vacinas amplamente produzidas pelo instituto de São Paulo.

Em novembro, a revista científica Lancet, uma das mais importantes no mundo, publicou os resultados de segurança da vacina do Butantan nas fases 1 e 2, realizados na China, com 744 voluntários. A publicação mostrou que o produto é seguro e capaz de produzir resposta imune em 97% dos casos em até 28 dias após a aplicação.

O Butantan já dispõe de 10,8 milhões de doses da vacina em solo brasileiro. No final de março, a carga total de imunizantes disponibilizados pelo instituto é estimada em 46 milhões de doses. O Plano Estadual de Imunização tem início previsto para o próximo dia 25.

Paraíba tem estrutura pronta

No início da noite deste sábado (16), por meio de seu perfil no Twitter, o governador João Azevêdo assegurou que a logística para distribuição da vacina contra a covid-19 na Paraíba está pronta e pode ser realizada em menos de 24h para todas as regiões do estado.

“Os veículos refrigerados da Secretaria de Saúde que vão levar esperança em forma de vacina para todas as regiões da Paraíba já estão prontos. Assim que a vacinar chegar, será distribuída para todas as regiões em 24h”, publicou o governador João Azevêdo.

A Paraíba possui mil salas de vacinação, 12 centrais regionais de rede de frio e 11 veículos refrigerados para a distribuição nas 12 GRS. A logística do deslocamento das doses está pronta, com segurança garantida no translado.

Matéria alterada às 14h55 para atualização das informações
Com informações da Agência Brasil, Secom-SP e Secom-PB

Compartilhe: