Na retomada da sessão na Câmara Municipal de Campina Grande (CMCG) para aprovação do empréstimo de US$ 52 milhões, de interesse do Poder Executivo municipal, junto ao Fundo Financeiro para Desenvolvimento da Bacia do Prata (Fonplata), a vereadora Jô Oliveira (PCdoB) alertou para uma questão séria a ser levada em consideração, que é a capacidade de endividamento do município. A sessão aconteceu na manhã desta terça-feira (4) sob forte pressão de assessores do prefeito Bruno Cunha Lima (PSD) e reforço policial atípico dentro das dependências da Casa Legislativa.
Além de Jô, os vereadores Anderson Pila (MDB), Rostand Paraíba (PP), Eva Gouveia (PSD), Pimentel Filho (PSD) e Olímpio Oliveira (PSL) também se opuseram. A última sessão para debater o tema foi realizada na última sexta-feira (31), às pressas, sem respeito aos prazos regimentais, e por isso foi suspensa pela Justiça.
No início da manhã, Jô utilizou a plataforma Twitter para dizer que aguardava o início da sessão na Câmara e relatar o reforço policial atípico. “Já estamos aqui na Câmara Municipal, desde cedo, aguardando o início da sessão de hoje. Muitas forças de segurança no local, Polícia Militar, Guarda Municipal e seguranças privados, como a Casa já havia anunciado, a segurança de fato foi muito reforçada”, disse.
Seu discurso iniciou com uma saudação aos cidadãos que ocupavam a galeria da Casa. “É muito bonito ver a casa do povo cheia do povo”, disse. Em seguida, explicou que os vereadores da oposição questionaram pontos importantes e sem respostas, como qual seria a taxa de juros cobrada pela empresa de empréstimo, em quantas parcelas seria pago, quais seriam as amortizações e a carência. Ela disse que no Projeto de Lei não tem sequer quais eram as ações e a quem se destinavam esses recursos. Frisou, também, que um projeto que comprometeria a saúde financeira do município por 15 anos requer muita responsabilidade, por isso é preocupante.
Em seguida, deixou claro que não era contra o empréstimo. “Nós não somos contra o empréstimo, nós estamos contra a forma como ele, primeiro, está sendo debatido, porque ele não está sendo debatido com a população de Campina Grande. Um powerpoint no Instagram do Prefeito não é necessariamente discussão, e não é debate público”, explicou a vereadora.
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Durante a fala, Jô mencionou que o Plano Diretor de Campina Grande está atrasado desde o ano de 2006. “Tanto tempo, que não transmite mais a realidade do município”, disse a vereadora. A pauta da saúde e da educação também foram criticadas por não serem priorizadas na cidade.
No final da sessão, ela utilizou a plataforma Twitter para deixar registrado que votou contra a proposta. “Acaba de ser aprovado, (por 16 votos a 6) em primeira votação, Projeto de Lei que autoriza a Prefeitura Municipal de CG a fazer empréstimo de 52 de milhões de dólares. Deixo registrado que votamos CONTRA a proposta”, disse a vereadora.
Votaram a favor do financiamento o Pastor Luciano Breno, Alexandre do Sindicato, Ivonete Ludgério, Dinho do Papaléguas, Carol Gomes, Dona Fátima, Severino da Prestação, Renan Maracajá, Aldo Cabral, Saulo Germano, Waldeny Santana, Fabiana Gomes, Janduy Ferreira, Saulo Noronha, Hilmar Falcão e Rui da Ceasa.
