Jornalista, fotógrafo e consultor. Mestre em Computação, Comunicação e Artes pela UFPB. Escreve desde poemas a ensaios sobre política. É editor no Termômetro da Política e autor do livro infantil "O burrinho e a troca dos brinquedos". Twitter: @gesteira.
Jornalista, fotógrafo e consultor. Mestre em Computação, Comunicação e Artes pela UFPB. Escreve desde poemas a ensaios sobre política. É editor no Termômetro da Política e autor do livro infantil "O burrinho e a troca dos brinquedos". Twitter: @gesteira.
Bolsonaro está desesperado
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(Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)

Nem o analista mais pessimista ao fim do ano de 2018 previa uma cenário econômico tão desastroso quanto este em que vivemos, quatro anos depois. A aposta em Jair Bolsonaro (PL) era que mesmo tendo sido inexpressivo ao longo de 30 anos como político, sua equipe econômica faria o serviço, sendo o chefe do Executivo apenas um marionete a serviço dos neoliberais de Guedes e companhia.

Desde o início do governo Bolsonaro, os índices só pioram. A escalada da inflação e do desemprego tem afetado todos os setores. Para justificar o desastre, eles apontam muitos culpados: pandemia, governadores, prefeitos, até a guerra entre Rússia e Ucrânia entrou na conta dos assessores do Planalto.

É verdade que há gastos muito mais complexos e nefastos, como o rombo no cartão corporativo, mas o que eles mais têm dificuldade para explicar é o tamanho do rombo nas contas do brasileiro.

Para o cidadão que mal consegue fechar o mês, os milhões gastos pelo presidente e sua família estão num espectro fora da realidade. O que mais tem afetado a população são os gastos do dia a dia. E se o lazer, os chamados ‘supérfluos’ e, depois, a carne e o frango foram cortados da feira, agora é preciso se pendurar em dívidas para garantir apenas o essencial. O gás de cozinha, prometido na campanha sob um teto de R$ 35, passa dos R$ 120 e é vendido parcelado no cartão de crédito.

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Com o salário mínimo sem ganho real, a inflação tem corroído o poder de compra do brasileiro. Mas de todos os itens, o que mais vem fazendo a popularidade do presidente Jair Bolsonaro derreter são os combustíveis. A alta nos preços, elevados a patamares jamais vistos, afeta todos os setores e faz doer no bolso a cada vez que o cidadão vai abastecer seu carro. Quem imaginava pagar mais de R$ 7 no litro da gasolina? Tudo decorrente de erros na política econômica, pois basta comparar o preço do barril de petróleo de agora e nos governos do PT para ver que a desculpa não se sustenta.

A proposta lançada nesta terça-feira (7) de zerar o ICMS dos combustíveis e ressarcir os estados mostra o tamanho do desespero eleitoral de Jair Bolsonaro. Partiu definitivamente para o tudo ou nada. Seus cães de guarda já começam a espalhar mentiras país afora. Uma das teses diz que o preço da gasolina é “orquestrado” para derrubar o presidente, mas vale lembrar que quem escolhe o gestor da Petrobras é o próprio Bolsonaro.

Fazer uma dívida com os estados é absolutamente irresponsável, pois criaria um rombo nos cofres públicos e ainda assim não resolveria o problema. A ‘solução’ veio tarde. Os erros cometidos pela equipe econômica do governo custaram um preço alto a ser pago na véspera das eleições. E o que o brasileiro quer é somente ter sua dignidade de volta.

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