Jornalista, fotógrafo e consultor. Mestre em Computação, Comunicação e Artes pela UFPB. Escreve desde poemas a ensaios sobre política. É editor no Termômetro da Política e autor do livro infantil "O burrinho e a troca dos brinquedos". Twitter: @gesteira.
Jornalista, fotógrafo e consultor. Mestre em Computação, Comunicação e Artes pela UFPB. Escreve desde poemas a ensaios sobre política. É editor no Termômetro da Política e autor do livro infantil "O burrinho e a troca dos brinquedos". Twitter: @gesteira.
Crianças de João Pessoa aprendem robótica na escola pública
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(Foto: Gilberto Firmino/PMJP)

Li com entusiasmo no site da Prefeitura de João Pessoa a notícia de que três escolas da rede municipal de ensino conquistaram os três primeiros lugares no ‘Nível 1’ da Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR), etapa estadual. É sensacional ver a conquista de estudantes de escolas públicas, principalmente no cenário atual, em que escolas da rede privada disputam espaços de publicidade em meios físicos e digitais para divulgar seus feitos. Se olho para a tela do celular, vejo um anúncio de um aluno do colégio x; levanto o rosto e me deparo com o outdoor da escola y.

Meu filho mais velho estuda numa dessas escolas da rede privada, e não tenho do que reclamar. Mas o que mais me deixa feliz é perceber que há um trabalho conjunto dos entes públicos para diminuir as disparidades sociais. Em comparação ao tempo em que fui estudante do ensino fundamental, o aluno da rede pública de hoje está mais próximo de ter aquilo que tem o da rede privada.

É óbvio que há um longo caminho a se percorrer no sentido de uma plena equiparação. Não estou dizendo que o estudante da rede pública tem tudo o que o da rede privada tem, mas a aproximação é real. No meu tempo de escola particular, o que havia de mais moderno era laboratório de informática. Eu usei um computador pela primeira vez aos 11 anos, no Colégio 2001. Apesar de estudar em “escola de rico”, saía da periferia para estudar no Centro. Só tive meu próprio computador aos 17 anos, mas pelo contato na escola, quando via um na casa dos amigos ao menos não me deparava com um monstro completamente estranho.

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Nessa época, estudante da rede pública ter acesso a laboratório de informática era algo absolutamente impensável. Hoje, em João Pessoa, as crianças da rede municipal não somente têm acesso a laboratórios de robótica como disputam – e vencem! – competições de robótica. É lindo de se ver.

Essas crianças se tornarão engenheiros no futuro? Não necessariamente. Podem ser médicos, contadores, advogados, artistas plásticos, poetas, professores. O mais importante é que tiveram acesso a algo que antes só estava disponível para as famílias mais abastadas, e essa redução das disparidades sociais torna a cidade mais justa para todos.

E sim, se quiserem poderão até ser engenheiros. Por enquanto são crianças livres e com o olhar do poder público em sua defesa, como deve ser.

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