Fernando Guedes Jr é turismólogo e historiador; mestre em História pela UFRN. Trabalha com magistério nas redes pública e privada da cidade de João Pessoa. Instagram: @afernandojunior
Fernando Guedes Jr é turismólogo e historiador; mestre em História pela UFRN. Trabalha com magistério nas redes pública e privada da cidade de João Pessoa. Instagram: @afernandojunior
Eleições 2022 I
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(Foto: Reprodução/TSE)

No último domingo, 02 de Outubro, tivemos o primeiro turno das eleições 2022 no Brasil. A eleição por mim era aguardada com muito acirramento, eu mesmo dizia que Outubro, no Brasil, seria um inferno. Não sei se eu fugi do debate e da cobertura, mas o que acabou acontecendo até aqui, a meu ver, foi uma eleição até “tranquila” para o que eu esperava. Não que eu ache tranquilo homicídios ou tentativas de homicídio com motivações políticas algo normal, talvez eu esperasse algo ainda pior.

Mas passado o primeiro turno e seu resultado, me vejo analisando o que esperar de um segundo turno dentro das conjunturas apresentadas no domingo. Apesar do candidato Lula ter vencido o primeiro turno, analisando a nível macro, penso que quem saiu vitorioso neste turno foi a direita. Bolsonaro consegue empurrar a disputa para o segundo turno onde algumas pesquisas apontavam chance de vitória de seu opositor já no primeiro, além de conseguir comprovar que tinha mais votos do que a maioria das pesquisas apontavam. Bolsonaro sim sai fortalecido, ganha ânimo e motivação para um tudo ou nada no segundo turno.

Ciro Gomes, mais uma vez, decepciona. Não por ser um candidato necessariamente despreparado, mas por não conseguir agregar. Não conseguiu liderar uma terceira via tão sonhada por muitos eleitores e na reta final acabou encolhendo ao invés de ter uma ascendência. Simone Tebet foi a grande revelação, terminando a disputa na terceira colocação se mostra como uma opção para uma próxima disputa. Desconhecida em muitas partes do país, se apresentou e ganhou seu palanque.

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Lula, como anteriormente falado, apesar de vitória no primeiro turno, sente o amargor de um quase. Quase fez história no último domingo pois poderia se tornar o segundo presidente a conseguir uma vitória de eleição já em primeiro turno. Quase mostrou maioria em um primeiro turno o que demonstraria uma grande derrota do atual presidente que tem a máquina na mão. Para além disso, mesmo saindo como “favorito”, vai precisar remar um novo turno do zero, angariando apoio e apostar que sua candidatura tem menos rejeição.

Mesmo vencendo um segundo turno, Lula terá bastante dificuldades com uma base congressista extremante contra o lulismo/petismo. Muitos ex-ministros do governo Bolsonaro e opositores do lulismo/petismo venceram seus pleitos e serão irreconciliáveis com uma vitória de Lula. Me parece que não haverá diálogo por parte de Moro, Mourão, Damares, Salles, Pazuello, Marcos Pontes (o astronauta), Osmar Terra, Tereza Cristina (ministra do veneno), Dallagnol e tantos outros. Do outro lado, Bolsonaro se reconstrói com a possibilidade de abrir espaço para novos aliados nos ministérios esvaziados. Além disso, desde a aprovação da reeleição no Brasil, nunca um candidato a reeleição perdeu, o que nos faz compreender que ter a máquina na mão faz muita diferença.

Aguardemos o que terei de escrever aqui em Eleições 2022 II…

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