Jornalista, fotógrafo e consultor. Mestre em Computação, Comunicação e Artes pela UFPB. Escreve desde poemas a ensaios sobre política. É editor no Termômetro da Política e autor do livro infantil "O burrinho e a troca dos brinquedos". Twitter: @gesteira.
Jornalista, fotógrafo e consultor. Mestre em Computação, Comunicação e Artes pela UFPB. Escreve desde poemas a ensaios sobre política. É editor no Termômetro da Política e autor do livro infantil "O burrinho e a troca dos brinquedos". Twitter: @gesteira.
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Primeiro trabalho do Governo Lula é desmentir Bolsonaro
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Coordenador do governo de transição, vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (Foto: Pedro França/Agência Senado)

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nem tomou posse e já tem muito trabalho a fazer para garantir os compromissos assumidos durante sua campanha eleitoral, principalmente no que diz respeito a medidas que ampliem o poder de compra do brasileiro. Antes mesmo de iniciar, de fato, seu terceiro mandato, o primeiro trabalho de Lula à frente da Presidência da República é desfazer as mentiras contadas pelo atual presidente e candidato à reeleição derrotado, Jair Bolsonaro (PL).

Bolsonaro mentiu muito ao longo de sua campanha. A pauta “Auxílio Brasil”, por exemplo, reunia algumas das mentiras contadas pelo presidente. A primeira delas era sobre o valor de R$ 600 reais, que ele usava para se beneficiar politicamente e não dizia que sua proposta original era de pagar somente R$ 200. Quem conseguiu ampliar o valor do benefício foi o Congresso Nacional.

A segunda e mais descarada mentira contada por Bolsonaro era sobre a continuidade do pagamento para o ano que vem. Ele não tinha como pagar, a despesa sequer estava prevista na lei orçamentária de 2023. Bolsonaro mentiu na campanha, jogou para a plateia e, se conseguisse vencer as eleições, depois veria como resolver.

Lula colocou o time em campo para garantir o Auxílio Brasil de R$ 600 no próximo ano. O vice-presidente eleito e coordenador do governo de transição, Geraldo Alckmin (PSB), apresentou ao relator do Orçamento 2023, senador Marcelo Castro (MDB-PI), uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) chamada de PEC da Transição para garantir recursos para as despesas que o novo governo considera “inadiáveis”.

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O presidente Lula nem assumiu o governo e já fez mais pelo Brasil em poucos dias que todo o Governo Bolsonaro, deposto democraticamente pelo povo nas eleições deste ano. Chefes de Estado de democracias consolidadas e representantes das maiores economias do mundo que antes fechavam os olhos para o Brasil reconhecem em Lula um líder de renome mundial. A Noruega voltará a fomentar o Fundo Amazônia, o dólar caiu, o real se valorizou, a Bolsa não para de subir, tudo isso na semana seguinte ao resultado das urnas.

E o que fazem os bolsonaristas? Protestos criminosos e antidemocráticos, como bem sinalizou o Ministério Público Federal (MPF). Há previsão legal no Código Penal para enquadrar as manifestações que pedem intervenção militar contra o país, só falta coragem dos governadores para mandar prender os criminosos.

Para além dos crimes nas ruas, os apoiadores do atual presidente ainda rangem nas redes sociais contra o governo eleito. Disseminam mensagens contrárias à ampliação do Auxílio Brasil como se esta fosse proposta só de Lula na campanha. A diferença é que Lula não era presidente, prometeu e fará de tudo para viabilizar e cumprir, só depende do Congresso Nacional; Bolsonaro é presidente, não colocou no orçamento do ano que vem e, assim, está provado que não iria cumprir.

Os bolsonaristas alegam ainda que a proposta fura o teto de gastos. É verdade, fura mesmo. Fura com tudo o que é inadiável: auxílio para quem tem fome; aumento real para o salário mínimo, congelado há quatro anos; além de recursos para merenda escolar e farmácia popular, cortados por Bolsonaro.

Quem propôs o teto de gastos não teve a sensibilidade de perceber que governar um país do tamanho do Brasil é muito mais complexo do que fazer uma conta de bar e passar a régua. Garantir o mínimo de dignidade é mais importante do que fechar o orçamento de qualquer jeito e, junto com ele, os olhos para as necessidades mais urgentes, como a comida na mesa para quem tem fome. O Brasil hoje já é o país que volta a pensar nos brasileiros e se projeta no cenário internacional para a recuperação do prestígio, da liderança e do crescimento econômico tendo o enfrentamento das desigualdades sociais como prioridade para a construção de uma nação forte e acolhedora.

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