O influenciador paraibano Hytalo Santos foi preso na manhã desta sexta-feira (15), em São Paulo, sob investigação do Ministério Público da Paraíba (MPPB) e do Ministério Público do Trabalho (MPT) por exploração e exposição indevida de menores em conteúdos produzidos para redes sociais. O caso veio à tona após denúncias do youtuber Felca, que possui mais de 4 milhões de inscritos, sobre práticas de “adultização” de crianças e adolescentes em vídeos do influenciador.
As denúncias de Felca, publicadas em um vídeo no dia 6, desencadearam uma série de medidas judiciais contra Hytalo. A Justiça da Paraíba, em resposta a uma ação civil pública do MPPB, determinou ações como a suspensão das redes sociais do influenciador, a desmonetização de seus conteúdos e a proibição de contato com as vítimas.
Na terça-feira (12), a Justiça da Paraíba bloqueou o acesso de Hytalo às suas redes sociais. A promotora Ana Maria França, do MPPB, também solicitou a desmonetização dos vídeos já publicados, impedindo que gerem lucro, medida que foi acatada. Além disso, foi imposto ao influenciador a proibição temporária de manter contato com os adolescentes citados nos processos, devido à exposição em conteúdos com cunho sexual.
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Na quinta-feira (14), a Justiça realizou a apreensão de um computador e celulares na residência de Hytalo em João Pessoa, conforme informou o juiz Antônio Rudimacy Firmino. A operação contou com autorização para arrombar portas, caso necessário, e conseguiu acesso ao imóvel. Na quarta-feira (13), uma tentativa anterior de busca no mesmo endereço não foi bem-sucedida, pois o local estava vazio.
As apurações do MPPB tiveram início em 2024, divididas entre as promotorias de Bayeux e João Pessoa. Em Bayeux, a promotora Ana Maria França investiga denúncias de vizinhos do condomínio de Hytalo, que relataram adolescentes fazendo topless e participando de festas com bebidas alcoólicas. Em João Pessoa, o promotor João Arlindo apura a possibilidade de um esquema no qual Hytalo teria facilitado a emancipação de menores em troca de presentes, como celulares, para suas famílias. Segundo Arlindo, o relatório do inquérito será concluído na próxima semana. Nos dois processos, Hytalo negou as acusações, e os adolescentes foram ouvidos apenas no caso de João Pessoa, para evitar revitimização.
O Ministério Público do Trabalho (MPT) também conduz investigações, conforme revelado pelo procurador Flávio Gondim em um vídeo na terça-feira (12). “Foram analisados, de maneira muito criteriosa, mais de 50 conteúdos, 50 vídeos veiculados nas diversas redes sociais mantidas por Hytalo Santos. Foram colhidos mais de 15 depoimentos de pessoas vinculadas ao projeto de produção de conteúdo digital, incluindo pessoas que trabalharam para ele em diversos momentos. Foram analisados diversos documentos.”, afirmou Gondim.
A defesa de Hytalo alega que ele “ não tinha conhecimento da execução de mandado de busca e apreensão em uma das suas residências, até mesmo por tratar-se de medida judicial sigilosa”. Segundo os advogados, o influenciador está à disposição da Justiça para esclarecimentos e nega todas as acusações. “[Hytalo] reitera que jamais compactuou com qualquer ato atentatório à dignidade de crianças e adolescentes e que tudo restará definitivamente provado no curso da investigação e perante o público que nele confia e o acompanha nas redes sociais”, declarou a defesa.
Com informações do portal g1.