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Operação investiga funcionários do Santander suspeitos de fraudar contas empresariais; prejuízo passa de R$ 11 milhões
Termômetro da Política
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A Divisão de Crimes Cibernéticos da Polícia Civil de São Paulo realiza nesta terça-feira (28) uma operação contra um grupo de funcionários de um banco suspeito de fraudar contas empresariais e de ser responsável por desfalques milionários de clientes. Segundo as investigações, o prejuízo total ultrapassa R$ 11 milhões.

Estão sendo cumpridos 20 mandados de busca e apreensão contra 14 alvos em São Paulo e outros estados (Foto: Ciete Silvério/Governo de São Paulo)

No total, são cumpridos 20 mandados de busca e apreensão contra 14 alvos em São Paulo e outros estados, em ação que investiga fraudes milionárias contra clientes do Banco Santander S.A. A reportagem procurou o banco para comentar o assunto, mas não recebeu retorno até a última atualização desta reportagem.

O inquérito foi instaurado após solicitação do próprio Santander, que identificou prejuízos vultosos em contas empresariais, especialmente das empresas HS Prevent Ltda e Thomriss Embalagens Plásticas Ltda.

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De acordo com a polícia, o golpe só foi possível com a participação ativa e consciente de colaboradores do Santander, que usaram suas credenciais institucionais para burlar os protocolos de segurança. A fraude envolveu a habilitação indevida de identidades corporativas (Ids) — dispositivos que permitem movimentações bancárias — no aplicativo Santander Empresas e no Internet Banking PJ.

Fraude na HS Prevent

No caso da HS Prevent, foram desviados R$ 7.939.680,00. As colaboradoras Aline Ceccon Munhoz e o líder Rafael Paulo Rodrigues aprovaram a habilitação de um novo ID fora dos canais formais, inclusive por WhatsApp, utilizando documentação sem assinatura, o que permitiu o acesso de terceiros à conta. A defesa deles não foi localizada pela reportagem.

Fraude na Thomriss Embalagens

Já na fraude contra a Thomriss Embalagens, o esquema foi semelhante. Os colaboradores Thais Pereira da Silva Almeida, que deixou o emprego após o ocorrido, e Eduardo dos Santos Araujo também participaram do processo de habilitação irregular. A defesa deles não foi localizada pela reportagem.

Como era o esquema

Os valores desviados foram rapidamente pulverizados. Inicialmente, os recursos foram transferidos para contas abertas de forma fraudulenta em nome da própria HS Prevent junto à CRED-UFES/CORPX BANK. Em seguida, o dinheiro passou por diversas contas de interpostas pessoas e empresas de fachada, como JC Andrade Intermediação de Negócios Ltda e Gabriel Muniz Squiovane.

Na etapa final da operação de ocultação, parte significativa dos fundos foi convertida em criptomoeda USDT (Tether) por meio da corretora Brasil Bitcoin, sendo transferida para uma carteira externa previamente indicada.

Os mandados de busca e apreensão foram solicitados para os endereços dos colaboradores envolvidos, dos beneficiários da fraude e dos proprietários de carteiras de criptoativos nas plataformas Binance e Bybit. Até o momento, os valores em criptoativos foram parcialmente bloqueados judicialmente, totalizando cerca de 220 mil dólares.

Com informações do portal g1.

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