Dezenas de agricultores franceses realizaram um protesto em frente à casa de praia do presidente Emmanuel Macron, nesta sexta-feira (19), no norte da França. Os manifestantes despejaram esterco, pneus, repolhos e galhos próximo à propriedade, em um ato que inclui forte oposição ao acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul. Durante a manifestação, foi colocado um caixão com a frase “Não ao Mercosul” em frente à mansão de tijolos vermelhos do presidente e de sua esposa, Brigitte Macron, na cidade litorânea de Le Touquet. O local estava sob vigilância policial durante a ação.

Apesar do recente adiamento da assinatura do acordo para janeiro, os agricultores mantiveram o protesto, que também serviu para criticar a atuação do governo francês diante de uma doença que atinge o rebanho bovino no país.

A Comissão Europeia fechou o acordo em dezembro de 2024 com Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. A assinatura estava prevista para o sábado (20), durante a cúpula do Mercosul, em Foz do Iguaçu. No entanto, a pressão da França, apoiada nos últimos dias pela Itália, forçou o adiamento da assinatura para o próximo mês.
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O FNSEA, principal sindicato agrícola da França, considerou o anúncio de ontem “insuficiente”. “O Mercosul continua sendo um NÃO! Portanto, para dar xeque-mate no Mercosul, vamos nos manter mobilizados”, escreveu a entidade nas redes sociais na quinta-feira.
Os agricultores franceses temem o impacto da entrada em larga escala de carne, arroz, mel e soja sul-americanos na Europa. Segundo eles, os produtos do Mercosul seguem regras de produção menos rígidas e, consequentemente, são mais competitivos.
Com informações do portal g1.