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Verticalizar orla marítima pode gerar mais problemas, alertam especialistas 
Termômetro da Política
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Balneário Camboriú: alargamento da faixa de areia resultou em ampla exploração imobiliária na orla da cidade (Foto: Edgardo W. Olivera/Flickr)

O alargamento da faixa de areia na orla de João Pessoa tem mobilizado o debate público a respeito do uso dos espaços urbanos, meio ambiente, e do futuro da cidade. Enquanto a oposição se articula com abaixo-assinado e uma audiência pública para tratar o tema, o prefeito Cícero Lucena (PP) desqualifica os ataques, alegando que sequer existe projeto. No entanto, outro ponto da engorda da praia preocupa quem mora na capital: a exploração imobiliária e a possível flexibilização do Plano Diretor e da legislação estadual que protege o litoral da construção de espigões ‘pé na areia’. Especialistas alertam para os riscos da verticalização à beira-mar.

Para o arquiteto e urbanista Anderson Kazuo Nakano, professor do Instituto das Cidades da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a verticalização em orla marítima pode gerar mais problemas para a cidade. “A verticalização em orla marítima é o padrão que temos desde a construção de Ipanema e Copacabana. Uma verticalização inadequada, excessiva e descontrolada, em vez de ser solução, pode gerar mais problemas. Isso tem que ser feito com muito cuidado”, afirmou. Segundo Nakano, a medida pode sobrecarregar o espaço urbano.

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A geógrafa Ana Paula Ichii Folador alerta que outro problema da verticalização pode ser o aumento da especulação imobiliária na região litorânea. “Essa possibilidade [a verticalização] pode abrir brecha para a construção de prédios destinados ao turismo, o que só vai aumentar a especulação imobiliária”, disse. Ana Paula acrescenta que a verticalização também pode agravar outras questões, como as ambientais e “de sobrecarga de resíduos e de energia”.

Com informações da Agência Brasil.

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