Jornalista, fotógrafo e consultor. Mestre em Computação, Comunicação e Artes pela UFPB. Escreve desde poemas a ensaios sobre política. É editor no Termômetro da Política e autor do livro infantil "O burrinho e a troca dos brinquedos". Twitter: @gesteira.
Jornalista, fotógrafo e consultor. Mestre em Computação, Comunicação e Artes pela UFPB. Escreve desde poemas a ensaios sobre política. É editor no Termômetro da Política e autor do livro infantil "O burrinho e a troca dos brinquedos". Twitter: @gesteira.
Punhos de Repúdio taca fogo nos negacionistas com critica política e diversão garantida
Compartilhe:
(Imagem: Reprodução)

Eles parecem bolsonaristas, se comportam como bolsonaristas, destilam ódio, desrespeitam as normas sanitárias e questionam a ciência tal qual fizeram os bolsonaristas durante a pandemia de covid-19, mas os adversários que aparecem ao longo do jogo Punhos de Repúdio estão inseridos em um universo que, segundo os desenvolvedores, por mais parecido que seja com algo do mundo real, tudo ali é “inventado”.

O game coloca o jogador para enfrentar negacionistas da ciência que desrespeitam medidas sanitárias de contenção à disseminação de um vírus mortal. São organizadores de festas, disparadores de notícias falsas (fake news), líderes religiosos, terraplanistas, negacionistas e demais agitadores políticos. O que todos os ignóbeis têm em comum? Fazem parte da chamada “tradicional família brasileira.

(Imagem: Reprodução)

Construído no mais clássico gênero “briga de rua”, ou beat ‘em up, consagrado por jogos como Double Dragon, Final Fight e Streets of Rage, Punhos de Repúdio tem tudo o que os títulos de maior sucesso na categoria oferecem: fases repletas de inimigos, armas deixadas no chão, um chefão voador, fase de elevador e até adversários que voltam mais fortes após mutações, como em Cadillacs and Dinosaurs.

Clique aqui para ler todos os textos de Felipe Gesteira

Em Punhos de Repúdio, chama atenção a riqueza de detalhes nos cenários e diálogos. Há muito deboche e crítica política ao longo de todo o jogo. Outro ponto de destaque é o protagonismo feminino. Diferentemente dos clássicos do gênero, que quando traziam heroína mulher era só uma em meio aos homens, em Punhos de Repúdio todas as personagens são femininas.

Tiro curto e fator replay

Se há um porém no jogo talvez seja o tempo para terminar a campanha. Derrotei o último chefe em menos de uma hora de jogatina, sem fazer nenhuma corrida desenfreada, pois estava jogando para conhecer, mas também não parei demais para observar tudo.

Apesar de a história ser um ‘tiro curto’, a diversão é mais do que válida. O jogo suporta até quatro jogadores, e digo que a diversão proposta vale cada centavo para juntar uns amigos e trocar tapas com conservadores negacionistas e terraplanistas na ficção.

O game é muito engraçado, cheio de sacadas e piadas inseridas como pano de fundo. A jogabilidade é extremamente satisfatória e apesar de curto, tem fator replay bem mais interessante do que muitos do mesmo gênero, pois jogando de novo é possível explorar novos golpes e evoluir ainda mais as personagens.

(Imagem: Reprodução)

Desenvolvido pela Braindead Broccoli e distribuído em parceria com a QUByte Interactive, Punhos de Repúdio nasceu como forma de protesto durante a pandemia de covid-19 a partir de uma campanha de financiamento coletivo. Após sucesso na arrecadação, o jogo enfim virou realidade e está disponível para Nintendo Switch na eShop Brasil e para PC na Steam.

Compartilhe: